segunda-feira, agosto 25, 2008

Eu gosto é do Verão....

Na ilha de Tavira
Por dentro do "botellón"


Já passa das duas da manhã quando Fernando, Angél e Joaquín chegam ao pé da zona dos restaurantes, todos eles fechados, na ilha de Tavira. Vieram de Sevilha num grupo de dez, incitados pelas recomendações de outros amigos. Na ilha, está-se bem e é barato, bem mais barato do que nas discotecas: "Nas discotecas, em Espanha, uma bebida custa sete euros. Claro que sai muito mais barato dividirmos uma garrafa de rum ou de uísque, que custa cerca de doze", dizem. Por isso, armam-se de uma geleira, copos e bebida, para se fazerem à noite ao som das palmas e dos djambés.
Um deles, Angél, é um defensor acérrimo dos "botellones": "São ocasiões óptimas para conhecer outras pessoas. Desde que aqui estamos, já conhecemos vários portugueses e até outros amigos de Sevilha, que não conhecíamos".
Na verdade, os espanhóis estão agora em maioria na ilha de Tavira, sobretudo desde que saiu, em finais de 2006, a lei anti-"botellón", proíbindo a realização das mega-festas de rua ou confinando-as a zonas específicas.
"Lá já não há 'botellones' como antigamente, mas agora há o 'botellódromo'", refere Joaquín, também ele de Sevilha. Lá, em Espanha, a festa atinge proporções gigantescas, com milhares de jovens na rua, litros e litros de álcool, música e lixo, muito lixo.
"Nós aqui trazemos sacos para colocar o lixo e isto aqui é muito calmo, não vejo qualquer problema", diz Angél. Ao fundo, os djambés não páram. Um grupo de jovens - estes portugueses - partilha mais um charro e alguns juntam-se à "fiesta", com palmas e dança à mistura.
Mesmo que numa escala diminuta, os condimentos do "botellón" estão lá: sacos com gelo, garrafas com bebida, alguma comida e muitos djambés em ritmos "gitanos", não faltando sequer as improvisadas danças sevilhanas, frente à esplanada do restaurante "Regional".
Ainda assim, talvez por uma questão de escala, Júlio e Jesús, dois sevilhanos de 24 e 26 anos, nem se deram conta de que os portugueses chamavam a estes ajuntamentos "botellones". Na sexta-feira passada, quando a ilha foi de súbito invadida por forças policiais para fiscalizar a desordem pública e dissuadir o consumo de droga, a última coisa que lhes passou pela cabeça é que seriam eles e os amigos o alvo da operação.
"O quê? Aqueles militares com as espingardas, que ficaram ali parados a olhar para nós? Eu pensava que se tratava de algum desembarque de droga na praia ou algo do género!", diz Júlio, escandalizado.
A operação, que contou com 38 elementos da Polícia Marítima, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Judiciária e GNR surgiu na sequência de uma tomada de posição pública do presidente do município de Tavira, acusando os jovens espanhóis de vandalizar a ilha.
Instado a contra-argumentar as palavras do presidente, o amigo, Jesús, não dá a outra face: dirigindo-se ao autarca, levanta apenas um dos dedos da mão, que a boa educação não nos permite identificar.


Bela Ilha....

4 comentários:

Rastero disse...

O macario que vá levar no pacote, e todos esses capitalistas da ilha que acabaram com o todo o bom ambiente que lá havia... Acho que a malta ainda devia fazer pior...

Steve disse...

O que é isto Luís Duarte?

Darth_Prime disse...

A reputação da ilha de Tavira no jornal expresso. O macario como ker construir um condominio de luxo na ilha tem q arranjar desculpa pa acabar com o parque

Rastero disse...

Muito scrol