Na ilha de Tavira
Por dentro do "botellón"
Por dentro do "botellón"
Um deles, Angél, é um defensor acérrimo dos "botellones": "São ocasiões óptimas para conhecer outras pessoas. Desde que aqui estamos, já conhecemos vários portugueses e até outros amigos de Sevilha, que não conhecíamos".
Na verdade, os espanhóis estão agora em maioria na ilha de Tavira, sobretudo desde que saiu, em finais de 2006, a lei anti-"botellón", proíbindo a realização das mega-festas de rua ou confinando-as a zonas específicas.
"Lá já não há 'botellones' como antigamente, mas agora há o 'botellódromo'", refere Joaquín, também ele de Sevilha. Lá, em Espanha, a festa atinge proporções gigantescas, com milhares de jovens na rua, litros e litros de álcool, música e lixo, muito lixo.
"Nós aqui trazemos sacos para colocar o lixo e isto aqui é muito calmo, não vejo qualquer problema", diz Angél. Ao fundo, os djambés não páram. Um grupo de jovens - estes portugueses - partilha mais um charro e alguns juntam-se à "fiesta", com palmas e dança à mistura.
Mesmo que numa escala diminuta, os condimentos do "botellón" estão lá: sacos com gelo, garrafas com bebida, alguma comida e muitos djambés em ritmos "gitanos", não faltando sequer as improvisadas danças sevilhanas, frente à esplanada do restaurante "Regional".
Ainda assim, talvez por uma questão de escala, Júlio e Jesús, dois sevilhanos de 24 e 26 anos, nem se deram conta de que os portugueses chamavam a estes ajuntamentos "botellones". Na sexta-feira passada, quando a ilha foi de súbito invadida por forças policiais para fiscalizar a desordem pública e dissuadir o consumo de droga, a última coisa que lhes passou pela cabeça é que seriam eles e os amigos o alvo da operação.
"O quê? Aqueles militares com as espingardas, que ficaram ali parados a olhar para nós? Eu pensava que se tratava de algum desembarque de droga na praia ou algo do género!", diz Júlio, escandalizado.
A operação, que contou com 38 elementos da Polícia Marítima, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Judiciária e GNR surgiu na sequência de uma tomada de posição pública do presidente do município de Tavira, acusando os jovens espanhóis de vandalizar a ilha.
Instado a contra-argumentar as palavras do presidente, o amigo, Jesús, não dá a outra face: dirigindo-se ao autarca, levanta apenas um dos dedos da mão, que a boa educação não nos permite identificar.
Bela Ilha....
4 comentários:
O macario que vá levar no pacote, e todos esses capitalistas da ilha que acabaram com o todo o bom ambiente que lá havia... Acho que a malta ainda devia fazer pior...
O que é isto Luís Duarte?
A reputação da ilha de Tavira no jornal expresso. O macario como ker construir um condominio de luxo na ilha tem q arranjar desculpa pa acabar com o parque
Muito scrol
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